Dividimos bons momentos juntos...
Renovo o desejo e a vontade de que as relações se fortaleçam em 2009.
Afinal, juntos somos mais fortes!
Renovo o desejo e a vontade de que as relações se fortaleçam em 2009.
Afinal, juntos somos mais fortes!
Apesar das controvérsias ainda hoje é possível perceber como o barroco exerce poder sobre o gosto e o estilo de vida dos brasileiros. Esse “poder” está em exposição na mostra "O barroco no popular e o popular no barroco", na CAIXA Cultural-RJ.
A discussão sobre qual é a dose de ficção no real e vice-versa é algo que sempre gera muita controvérsia. Ainda mais em um contexto em que a tecnologia cada vez mais interfere nas narrativas e na arte. Os textos autobiográficos ou autoficcionais proliferam, a arte performática ganha força, com manifestação soberana do livre-arbítrio. Ao encontro disso os limitem que separam um gênero artístico de outro são cada vez mais tênues e os críticos encontram cada vez mais dificuldades para analisá-los ou defini-los.
Depois de Estudando o samba (1976) e Estudando o pagode (2005), Tom Zé aproveita as comemorações dos 50 anos da Bossa Nova e acaba de lançar seu disco assumidamente mais cantável: Estudando a bossa – Nordeste Plaza.
“Saga Lusa” é também uma oportunidade para quem gosta de conhecer a vida pessoal dos artistas. Adriana deixa a timidez de lado e escreve bastante sobre si. E é aí que mora o barato do livro. Resguardada pelo tal surto psicótico, ela delira e trabalha, com certo êxito, a discussão muito atual da “ressurreição” do sujeito/autor dentro da obra. Sem abrir mão do uso de algumas máscaras. Ora Ofélia, ora Medéia, ora Hamlet, ora Alice. Tudo na busca de melhor registrar o tempo interior da narradora em primeira pessoa.
Vastos são os recursos imagéticos que o interior do Nordeste, em especial da Paraíba, empresta ao cinema feito pelo diretor Guel Arraes. Seja como cenário para roteiros versando sobre as intermitências do sertão (“Auto da compadecida”), seja pela paisagem natural. Desta vez temos a oportunidade de ver o deslumbrante “Lajedo de Pai Mateus”, formação rochosa de Cabaceiras-PB, em “Romance”, novo filme de Arraes.
“Romance” se estrutura a partir de citações, referências e colagens de outras obras. Porém, se noutros filmes do diretor era possível identificar um “fôlego barroco” a partir de imagens sobrepostas e de filmes-dentro-do-filme, agora os artifícios intertextuais partem de textos literários e suas interpretações. Arraes alicerça o discurso das personagens dialogando com “Romeu e Julieta” e “Cyrano de Bergerac”, entre outros, decisivos para a construção do imaginário do amor romântico.
Chris & Don = Documentário sobre a vida do artista Don Bachardy e seu relacionamento com o famoso escritor Christopher Isherwood (autor dos textos que deram origem a Cabaret e Adeus Berlim, por exemplo). O filme é narrado, em sua grande parte, por Bachardy e tem cenas bem cuidadas com imagens dos dois - realizada pelos próprios Chris e Don nos anos de 1950. Destaque para as animações feitas a partir de desenhos íntimos trocados entre os dois durante a relação.
De repente, no inverno passado = Trata da reação da Igreja, de políticos e da sociedade italiana contra os direitos de união civil entre homossexuais italianos, a partir da visão de um casal gay que sai com uma câmera pelas ruas, entrevistando políticos e sociedade civil. As respostas são de assustar. Eles se dão conta de que vivem em uma bolha. Interessante para pensar nas nossas esferas de controle e proteção particulares.
Vingança = Apresenta a história de um jovem (Eron Cordeiro) do interior do Rio Grande do Sul que se vê envolvido numa trama em busca do homem que violentou sua noiva. A partir deste mote, o diretor Paulo Pons direciona o olhar do expectador para os jogos entre o sentimento de ira e a real natureza da personalidade de Miguel (Cordeiro). Só do meio para o fim do filme, quando os personagem mostram suas faces, é que a história ganha fôlego. Até então, o argurmento se arrasta por cenas dispensáveis. Mas vale a pena conferir o filme.
Palavra (En)Cantada = De Helena Solberg o filme é fundamental para quem estuda ou pretende estudar poesia. Ele trata da aproximação entre letra e melodia, ou seja, da canção, e tenta desmistificar, a partir de argumento, tanto de teóricos, quanto de artistas a distinção entre poesia e letra de música.
Feliz Natal = A estréia de Selton Mello como diretor prova que ele soube tirar excelente proveito de seus trabalhos como ator. "Lavoura Arcaica", por exemplo. Com fotografia a la Antonioni, o filme "Feliz Natal" apresenta um homem que decide retornar à capital após muitos anos e encontra sua complicada família, emaranhando por recordações e problemas complexos. O filme exige atenção do público, pois tudo fica no campo da subjetividade. Nenhuma informação é dada gratuitamente.
Pan-Cinema Permanente = Documentário que tem como eixo temático o poeta Waly Salomão, artista que se manifestava em múltiplas direções. O filme tenta seguir, com sucesso, uma proliferação de meios para apresentar uma personalidade que sempre procurou romper a fronteira entre realidade e ficção.
Susan Sontag escreveu que uma “fotografia é, antes de tudo, um modo de ver. Não é a visão em si mesma”. Tal afirmação ecoa fundo em quem se propõe a observar que na vida não existe uma foto final ou total. Cada qual procura “tornar presente” os recortes íntimos que o atravessamento de tudo nos impõe. Como flashes semi-cortantes.
Oposto a isso, em certa medida, temos “Intimidade entre estranhos”, terceiro disco solo de Frejat. Nele o tema central das letras é a dialética entre o “controle remoto” e a verdade. Ou seja, é o registro de um ser que fica dividido entre a fantasia e o “cheiro de fumaça dos carros” e entre a segurança e o desejo de ver além do perigo.
Entre as muitas homenagens ao centenário de morte de Machado de Assis, destaco o lançamento do livro “Capitu mandou flores”, organizado por Rinaldo de Fernandes, em que quarenta escritores brasileiros recriam textos machadianos. Dentre eles merece atenção o conto “Juca”, de Amador Ribeiro Neto, que já havia sido publicado em uma esgotada antologia de contos, intitulada “O amor com olhos de adeus”. Com o novo livro, o público tem a oportunidade de ler o “canto paralelo”, construído sobre referências, fragmentos e reminiscências da obra machadiana.
Sabe aquela história “não critique ninguém, pois você não sabe onde seus pés tropeçarão”? Sempre achei um absurdo alguém enfrentar filas de horas e horas para comprar ingresso de show, jogos... Mas, como vivemos para fazer e desfazer nossas certezas decidi enfrentar o ritual que é garantir um lugar no show que Madonna fará no Maracanã.
No momento em que escrevo este texto ainda não é possível conversar sobre qualquer assunto sem mencionar a palavra Pequim (ou Beijin, para os puristas). Dominando 100% da mídia, o fenômeno olímpico tem aspectos bastante interessantes a serem observados e que revelam muito de nós brasileiros.

No som toca “Olho mágico”, canção do novo CD de Gilberto Gil, “Banda Larga Cordel”. Os primeiros versos dizem “você quer ver um piolho no pêlo da minha púbis”. A letra é um diálogo entre alguém que quer esmiuçar a vida de outra pessoa, como se este estivesse no “big brother”, e esta pessoa reage indignada.
Semana passada tive a oportunidade de assistir a uma palestra da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco num auditório da UERJ, superlotado, com pessoas sentadas até ao redor da mesa.
Nasci no final de 1978, por isso não tenho noção do impacto da estréia naquele ano de “Dancin’Days”, considerada como obra-prima de Gilberto Braga. Conto isso porque, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, semana passada, Braga revelou que foi aí “a primeira vez que a elite se viu na TV” (!).* Texto publicado no jornal A União/PB em 28/06/2008.
Entre outros, ouvi, vi e li, por estes dias: