Pesquisar neste blog

terça-feira, outubro 19, 2010

Sílvia Machete

Palco MPB
Teatro Rival 18/10/2010

sexta-feira, outubro 08, 2010

Saldo do Festival do Rio 2010

Ney Matogrosso, sua trajetória artística,
é a personificação do ar vanguardista do filme.

Eu esperava um mergulho mais vertical
nos labirintos de uma personagem tão complexa.


Não acrescenta nada às outras montagens.

Lida com os clichês do universo masculino,
desconstruíndo desejos.


Anti herói, politicamente incorreto,
Machete é nossa salvação (rs).


Explora os limites da inveja
e do modelo de "bem viver".


Delírio implosivo
do esteticismo contemporâneo.


Doc comovente.
Básico em qualquer videoteca
.

Tipo sessão da tarde.
Vale pela temática pouco explorada.

Olhar estrangeiro sobre
nosso dioniso da canção.


Belo e urgente.
Fotografia linda: de encher os olhos.


Bom suspense recheado
de crueldade
e fundamentalismo.

terça-feira, outubro 05, 2010

TOCA-LIVROS

TOCA-LIVROS
Encontros sonoros na biblioteca da música popular brasileira

OI FUTURO
(r. Visconde de Pirajá, 54 - Ipanema)


12/10 - Tim maia por Nelson Motta
13/10 -
Titãs por Hérica Marmo e Luiz André Alzer
26/10 -
Blitz por Rodrigo Rodrigues
27/10 -
Paralemas do sucesso por Jamari França

CAIXA CULTURAL
(av. Almirante Barroso, 25 - Centro)


09/11 - Cauby Peixoto por Rodrigo Faour
10/11 -
Noel Rosa por João Máximo
16/11 - Dorival Caymmi por Estela Caymmi

17/11 - Maysa por Lira Neto

30/11 - Gonzagão e Gonzaguinha por Regina Echeverria

01/12 - Wilson Simonal por Ricardo Alexandre

14/12 - Chiquinha Gonzaga por Edinha Diniz

15/12 - Elza Soares por José Louzeiro


19h30
ENTRADA FRANCA


mais informações:
www.tocalivros.com.br
twitter.com/tocalivros

sábado, outubro 02, 2010

Minha voz, minha vida

Em período de campanha eleitoral, não faltam aqueles candidatos que querem ser “a sua voz” nos poderes legislativo e executivo. Com a pluralidade, e especificidade, dos tipos, na tentativa de cobrir o maior número de público eleitor, opções para “médiuns” de “sua voz” enchem os programas eleitorais, além de emporcalharem as ruas.

O problema é que “minha voz é minha vida”: através daquilo que canto e conto invento um “eu” (um ser) e me sustento na existência, singularizo um “eu” no mundo. Ter voz, importa marcar, não é causar falatório: mas engendrar gestos de afirmação da vida – implicar-se com as palavras e as coisas do universo ao meu redor. Portanto, vale se questionar: quero dar minha voz, minha vida? E para quem?

Dar a voz (a única libertação) é perder a vida. Claro está que este desejo, tão caro aos candidatos, de ser “a sua voz” vem da nossa vocação (tão brasileira) à dissimulação: em, por exemplo, deixar todas e quaisquer decisões e responsabilidades nas mãos do governo (Estado), esvaziando-nos de comprometimentos.

Penso nisso enquanto ouço Cida Moreyra, no disco “Cida Moreyra canta Chico Buarque” (1993), com a lucidez musical que lhe é própria, interpretando a canção, de 1981, "A voz do dono e o dono da voz", de Chico Buarque.

No livro “Histórias de canções: Chico Buarque”, Wagner Homem registra que a canção, foi uma "resposta irada e irônica" à uma discussão entre Chico e sua gravadora de então.

Outra informação importante, oferecida por Wagner Homem, é a de que "a expressão 'o dono da voz' apareceu pela primeira vez nessa canção e rapidamente foi incorporada ao vocabulário da língua portuguesa. Era uma brincadeira de Chico com o lema 'The master's voice' (A voz do dono), da gravadora RCA Victor, que exibia um cachorrinho observando atentamente um gramofone".

Ao fechar a canção com o verso "o que é bom para o dono é bom para a voz" – canto paralelo (paródia, paráfrase) de "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil", a assustadora e reveladora frase dita por Juracy Magalhães, ministro das Relações Exteriores do governo militar brasileiro – Chico, ironicamente, amarra a discussão lançando o problema para o ouvinte. Ou seja, esta lógica é lógica?

Afinal, quem pode mais: a voz do dono, ou o dono da voz? Se tanta gente quer ser “a sua voz” é “somente porque ‘sua vida está’ aqui na voz”.

Texto publicado no jornal A União, em 02/10/2010