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segunda-feira, março 28, 2011

Simone

Simone
Palco MPB
28/03/2011
Teatro Nelson Rodrigues

domingo, março 20, 2011

Zélia Duncan

Zélia Duncan
1ª noite da gravação do dvd
Pelo sabor do gesto em cena

19/03/2011
Teatro Municipal de Niterói

Christiaan Oyens
Marcelo Jeneci

sábado, março 19, 2011

Centenário de Assis Valente

Hoje comemoramos o centenário da imortalidade de José de Assis Valente, nosso sambista trágico.
Compositor de "Alegria", "Boas festas", "Boneca de pano", "Brasil pandeiro", "Cai, cai balão", "Camisa listada", "É do barulho", "E o mundo não se acabou", "Fez bobagem", "Good-bye, boy", "Gosto mais do outro lado", "Mangueira", "Maria boa", "Minha embaixada chegou", "O dinheiro que ganho", "Que é que Maria tem?", "Recenseamento", "Tem francesa no morro", "Uva de caminhão", "O vento e a rosa", (...), a obra de Assis Valente merece e precisa ser ouvida e estudada.
Só há uma biografia (esgotada): A jovialidade trágica de José de Assis Valente, de Francisco Duarte Silva e Dulcinéa Nunes Gomes.
Urge atentarmos para suas delicadezas, seus olhares múltiplos - em meio ao ambiente machista e moralista do espaço boêmio carioca de então - sobre a tragicidade cotidiana das sensações inconfessas dos afetos.
Sua alegria melancólica e sua amargura alegre traduzem nosso Brasil pandeiro, que encontrou em Carmen Miranda - nossa melhor representação: exuberância e ruína - a voz e o corpo exatos.
Além, claro, de Francisco Alves, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Aracy de Almeida, Aurora Miranda, Marlene, Elza Soares, Isaura Garcia, Márcia, Maria Alcina, Simone, Olívia Byington, Wanderléa, Nara Leão, Maria Bethânia, Zezé Motta, Clara Nunes, Vanusa, Eliete Negreiros, Eduardo Dussek, Ney Matogrosso, entre muitos outros.
A obra de Assis Valente é a afirmação de que nossa "gente era triste e amargurada / inventou a batucada / pra deixar de padecer / Salve o prazer / salve o prazer".

sexta-feira, março 18, 2011

Márcia Castro

Marcia Castro
De pés no chão
18/03/2011
Oi Futuro Ipanema

quarta-feira, março 16, 2011

O universo Gráfico de Glauco Rodrigues

Aberta à visitação pública até 08 de maio,
a exposição O universo Gráfico de Glauco Rodrigues
reúne significativas peças de sua obra.

Entre elas, as capas dos discos acima.

O universo Gráfico de Glauco Rodrigues
CAIXA Cultural Rio de Janeiro
Av. Almirante Barroso, 25 - Centro
Rio de Janeiro-RJ

segunda-feira, março 14, 2011

Alzira E

Alzira E
Pedindo a palavra
12/03/2011
Sesc Copacabana
ArrudA
Ney Matogrosso
Iara Rennó e Ney Matogrosso

sexta-feira, março 11, 2011

Zé Colmeia

Para quem - como eu - teve o imaginário infantil habitado pelas astúcias do fanfarrão Zé Colmeia e seu parceiro, o certinho Catatau, o Filme Zé Colmeia deixa muito a desejar.
O ursão está muito politicamente correto - algo inconcebível para as animações anárquicas criadas por Willian Hanna e Joseph Barbera.
Mas, para além da comparação entre o desenho animado e o filme, há neste sérios erros de adequação nas cenas em que ele interage com os humanos: os olhares não se cruzam, por exemplo, e isso, repetidas vezes ao longo do filme, incomoda.
Aliás, as cenas com a competente Anna Faris são as mais esteticamente desarmônicas: a interação é capenga.
Sim, o mundo está mais chato, mais careta... e talvez isso tenha contaminado o roteiro do filme e a direção de Eric Breving. Infelizmente, parece que Catatau conseguiu por um pouco de juízo na cabeça de Zé Colmeia: basta prestar atenção nas falas deste.
Uma pena, para quem - ao menos na arte - espera poder respirar harmonias possíveis sem juízo final.

quinta-feira, março 10, 2011

O ilusionista

O filme O ilusionista, dirigido por Sylvain Chomet, não é recomendado para quem - ao menos uma vez na vida - tentou cortar os pulsos. O ilusionista é aterradoramente tristíssimo. E, por isso também, um filme assustadoramente belíssimo.
Merecedor de todos os superlativos, O ilusionista carrega as tintas nas referências à obra do diretor Jacques Tati para tematizar o fim das utopias.
"Mágicos não existem", escreve no bilhete final o ilusionista do título: o próprio Tati?
Tudo ao redor da personagem central é construção e ruína: desde a estrutura formal do filme - a técnica de animação utilizada - até a movimentação - encontros e despedidas - das personagens.
Todos caminham juntos para um mesmo (triste) fim. Sem esperanças: até mesmo a beleza da juventude da personagem feminina - sintomaticamente chamada de Alice - é borrada pelas nesgas de deslumbres que vem dela.
Aliás, o eterno retorno (nietzscheano) das coisas - que corrói nossa existência - é lindamente tematizado quando Alice (já devidamente envolvida nas seduções da cidade) cruza na rua com uma camponesa, como Alice fora um dia.
O rock, a TV (a única coisa que parece estar sempre ligada) e a cidade em si são sugeridas como cúmplices no apagamento do interesse do público (e do mercado de trabalho) pelos artistas artesanais: pela percepção clown do mundo.
O ilusionista é um filme que honra a obra melancólica e a vida de Jacques Tati, que tanto tematizou o estranhamento diante das promessas de felicidade e maravilhas que a modernidade oferece. E pergunta: há vida depois do amor?

quarta-feira, março 09, 2011

Nise da Silveira: senhora das imagens

Nise da Silveira é um exemplo de teimosia e coragem. Sem dúvidas, é uma das mulheres mais importantes do século XX e merecedora de todas as homenagens.
Já o espetáculo Nise da Silveira: senhora das imagens é uma tentativa cheia de boas intenções, porém frustrada, de glorificar à grande senhora.
Dirigida por Daniel Lobo, a atriz Mariana Terra vê-se presa a marcações e tramas que pouco dizem ao todo. As sensações são forçadamente forjadas e a atriz, que visivelmente imprime seu melhor, perde-se no jogo lúdico da direção da peça.
Dizer que a música de João Carlos Assis Brasil e a coreografia de Ana Botafogo (que não é coreógrafa) são funcionais é chover no molhado. E o uso dos recursos multimídias parecem ser o que justifica o título do espetáculo.
Há um mal aproveitado borramento biográfico: ora quem está em cena é Nise, ora é a própria Mariana. Mas na maior parte do tempo quem está mesmo em cena é o diretor.
O que poderia ser usado como recurso para arrastar o espectador, morre na praia; o que poderia, como Nise o fez, romper as fronteiras dos sentidos - e os recursos estão ali, em cena, todos à disposição - é digerido como uma egotrip que não agrega a todos.
Mariana é uma boa atriz e consegue vestir o escafandro dado pelo diretor; ela consegue imprimir soluções funcionais para a direção - o que justifica a emoção de algumas pessoas da plateia - mas o peso é enorme. A poesia é esmagada pelo excesso de sol (de emoção), apesar da água (dos vários recursos técnicos) na qual supostamente Mariana mergulha.
Como sabemos, Nise da Silveira não foi bem recebida pela Academia e Nise da Silveira: senhora das imagens não ajuda na recepção da doutora: nem pelos "doentes", nem pela Academia, nem pelo público em geral.
Ainda bem que a curiosidade e a admiração do público sobre a figura pretensamente capturada pela peça é maior que tudo isso.

quinta-feira, março 03, 2011

Bruna Surfistinha

O filme Bruna Surfistinha mostra que o veneno do escorpião não é tão doce assim. Aliás, noutra perspectiva de leitura, levando-se em conta que o filme foi baseado no livro de memórias da garota de programa - O doce veneno do escorpião -, Bruna Surfistinha é quase vazio de veneno.
Na busca pela classificação de 14 anos - o que, de fato, não aconteceu, pois o filme não é recomendado para menores de 16 anos -, o diretor Marcus Baldini excedeu no cuidado com os corpos.
Além de eliminar trechos importantes para o entendimento da persona da personagem do livro: nossa Hilda Furacão contemporânea. Por exemplo, o fato de que não há cenas de sexo lésbico, a não ser umas parcas insinuações e uma cena de cama com um casal.
Bem diferente do livro: aliás, uma boa leitura sobre a escrita-de-si; do fastio existencial meticulosamente escrito para picar o leitor em tempos de espetacularização da obviedade da dor de existir e ter que fazer escolhas.
Deixando de lado as comparações com o livro, Bruna Surfistinha (o filme) não permite ao espectador identificar um contexto temporal para o drama. A história de Bruna soa descolada de um tempo e de um espaço verossímeis. O que, por um lado, reforça o suporte frio e líquido da tela do computador: da blogosfera. Mas acaba deixando o espectador sem direção temporal: de repente, descobre-se Bruna na explosão das drogas, por exemplo.
Tirando a caracterização patética da fase adolescente, Deborah Secco - que mais uma vez está se repetindo na TV -, apesar de não conseguir deixar de ser Deborah (para o bem e para o mal) imprime uma personagem um grau diferente daquilo que habituamos ver nas telenovelas. A mudança de eixos na trajetória de vida, por exemplo, é bem marcada e convence na busca pela atenção alheia e na vontade (humana) de ser independente.
Em Bruna Surfistinha, desde a primeira cena, o diretor trabalha com a pulsão voyeur do expectador de cinema. A cena da blitz policial - sabiamente agregada ao trailler do filme - é a melhor de todas: há uma concentração de desejos, vontades, taras e sentidos impagáveis. Vale a pena ver a "fake plastic love" dela!

Além da vida

Além da vida, para um país que teve um médium como Chico Xavier, deixa muito a desejar. Ou seja, sabemos lidar muito melhor com as especulações sobre a espiritualidade.
Crenças a parte, o filme de Clint Eastwood exagera na morosidade. Sim, não há panfletos, e isso, por si, é ótimo. Mas o roteiro dá saltos sem sentido e cria situações forçadas na tentativa unir três histórias díspares.
Obviamente, a cerimônia de despedida de entes queridos e os múltiplos modos de contato com a morte são experiências íntimas e pessoais, porém, a crueza (capital) com que as três histórias condutoras do filme são tratadas incomoda.
Noutras palavras, há o tratamento do espiritual, mas com forte apelo na matéria, como se todos os problemas do espírito tivessem respostas (e gêneses) no físico. Isso, dentro da proposta do filme, é paradoxal, enfadonho (pois tenta se explicar inúmeras vezes: com micro histórias agregadas) e, portanto, pouco funcional no todo.
Matt Damon faz o que pode com seu apático médium e Cécile De France desempenha um papel corriqueiro dentro de uma história confusa.
Ao final, diante da previsibilidade do final, somos tocados apenas pela história dos gêmeos vividos por Frankie McLaren e George McLaren - a trama com real fôlego de Além da vida.

terça-feira, março 01, 2011

Labirinto

Fico imaginando como seria a reação do público do final do século XIX diante de Labirinto, encenação de três textos do dramaturgo José Joaquim de Campos Leão - o Qorpo Santo.
Penso nisso pois a acidez do texto encenado - trabalhando sobre questões como liberação sexual, direito ao prazer e emancipação feminina - agora parece não comover do mesmo modo que foi concebido para.
Até porque, ao que tudo indica, estamos ficando cada dia mais careta. O contato com a plateia fica muito mais restrito ao riso - por meio das personagens mais caricaturais - do que à fruição reflexiva.
A direção de Moacir Chaves oferece ao texto aquilo que este pede, mesmo com um elenco desigual. Aliás, muitas vezes não sabemos se a mecanicização (que certamente tem uma função dentro da concepção de Qorpo Santo) do ator em cena faz parte do jogo cênico, ou se sublinha o desempenho do ator.
O figurino é confuso e, ao tentar reforçar o variação linguística das personagens - remetendo o público ao tempo de outrora -, peca por criar paradoxos.
Mas Labirinto é uma peça imperdível: seja pelo autor dos textos - tão cruel e tão pouco montado -, seja para confrontar conceitos, ideologias, lutas... com a mudança dos tempos.