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sábado, março 19, 2011

Centenário de Assis Valente

Hoje comemoramos o centenário da imortalidade de José de Assis Valente, nosso sambista trágico.
Compositor de "Alegria", "Boas festas", "Boneca de pano", "Brasil pandeiro", "Cai, cai balão", "Camisa listada", "É do barulho", "E o mundo não se acabou", "Fez bobagem", "Good-bye, boy", "Gosto mais do outro lado", "Mangueira", "Maria boa", "Minha embaixada chegou", "O dinheiro que ganho", "Que é que Maria tem?", "Recenseamento", "Tem francesa no morro", "Uva de caminhão", "O vento e a rosa", (...), a obra de Assis Valente merece e precisa ser ouvida e estudada.
Só há uma biografia (esgotada): A jovialidade trágica de José de Assis Valente, de Francisco Duarte Silva e Dulcinéa Nunes Gomes.
Urge atentarmos para suas delicadezas, seus olhares múltiplos - em meio ao ambiente machista e moralista do espaço boêmio carioca de então - sobre a tragicidade cotidiana das sensações inconfessas dos afetos.
Sua alegria melancólica e sua amargura alegre traduzem nosso Brasil pandeiro, que encontrou em Carmen Miranda - nossa melhor representação: exuberância e ruína - a voz e o corpo exatos.
Além, claro, de Francisco Alves, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Aracy de Almeida, Aurora Miranda, Marlene, Elza Soares, Isaura Garcia, Márcia, Maria Alcina, Simone, Olívia Byington, Wanderléa, Nara Leão, Maria Bethânia, Zezé Motta, Clara Nunes, Vanusa, Eliete Negreiros, Eduardo Dussek, Ney Matogrosso, entre muitos outros.
A obra de Assis Valente é a afirmação de que nossa "gente era triste e amargurada / inventou a batucada / pra deixar de padecer / Salve o prazer / salve o prazer".

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