A vida alheia parece mesmo - desde sempre - ser melhor do que a nossa. Como consequencia disso, alimentamos maledicências, fofocas e, claro, a industria de celebridades, e enchemos as bancas com revistas e entupimos nossas caixas postais com spans de mensagens afins à mancheia.
Ir à peça A escola do escândalo - até 06/06 no Teatro Tom Jobim - é ficar diante de um espelho: literalmente, haja vista que há 3 enormes objetos que fazem as vezes de espelho refletindo a plateia.
Aliás, em tempos de cenários cada vez mais simplórios, merece destaque a exuberância do cenário assinado por Lia Renha e o luxo do figurino de Emília Duncan: com soluções cênicas dignas das classes mais abastadas de Londres, à época.
O humor ferino e sofisticado do texto de Richard B. Sheridan (1751-1815) recebeu do diretor Miguel Falabella o tom necessário para brilhar em palcos brasileiros. Um jogo atualíssimo de máscaras sociais é desdobrado com atuações irretocáveis.
Aliás, com um elenco estelar - Ney Latorraca, Guida Vianna, Maria Padilha, Rita Elmôr, Jacqueline Laurence, Bruno Garcia, Chico Tenreiro, Armando Babaioff, Edi Botelho e Bianca Comparato - talvez isso fosse tarefa fácil, mas não é.
Por isso, é importante destacar o sensível investimento individual de cada um para a harmonia do todo: um verdadeiro trabalho de equipe.
Se a primeira parte - pelo excesso de justificativas para o que virá - parece morosa, depois do rápido intervalo A escola do escândalo diz, de fato, a que veio: desestabilizar nossas certezas.
quarta-feira, abril 20, 2011
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