Em A estupidez, em cartaz no CCBB-RJ até 29/05, cada segmento tem uma dinâmica própria, porém, e isso faz a graça lúdica da peça, tudo se mistura: adensando o fato de hoje vivermos em espaços esponjosos e fatalmente violados e afetados pelas ações do vizinhos.
O jogo das aparições das personagens - 24 para 5 excelentes atores (Alcemar Vieira, Cristina Flores, José Karini, Letícia Isnard e Saulo Rodrigues) - do texto de Rafael Spregelburd, recebe o exato tratamento kitsh e tarantino que merece.
Aliás, importa apontar a competência dos atores: todos no mesmo nível. Com Alcemar Vieira e Letícia Isnard marcando ainda mais as diferenças entre cada personagem que interpretam.
A iluminação está na perfeita harmonia com a execução da trilha sonora. Os figuros e o cenário dão o clima afetado e exagerado que o todo pede. E as soluções cênicas merecem um destaque a parte.
Há uma complexa justaposição de cenas - um delicioso jogo de longe-perto, claro-escuro: enquanto uma ação acontece no plano da superfície (próximo da boca de cena), outra ação - quase em câmera lenta - é antecipada no fundo. Digo antecipada porque, como se o palco girasse em 180º, a ação vem para perto dos olhos do público. Um recurso realmente muito bem aproveitado pelo diretor Ivan Sugahara e muito bem executado pelos atores.
A longa duração da peça passa quase despercebida, tamanha é a capacidade de atenção que ela pede e proporciona. Diversão garantida!
terça-feira, abril 19, 2011
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