O filme dirigido por Tom Hooper passeia de forma leve por traumas complexos. Em O discurso do rei baixa autoconfiança, rejeições e recalques são explorados de fora para dentro: os cenários - frios, mofados e descascados - tentam plasmar a alma da personagem George, vivido por um excepcional Colin Firth.
A dureza de ser - ou ter se tornado - gago e precisar usar a voz como instrumento de contato com o mundo, afinal estamos falando de um rei que precisa ter voz ativa e no nosso destino mandar, é o núcleo duro de uma trama cuja palheta de cores dos afetos é rica.
Como ser rei sem ter a voz que os súditos esperam? Em O discurso do rei, George mostra a mudança de perspectiva que vai da voz do dono ao dono da voz.
A relação que se estabelece entre George e o falso doutor Lionel Logue (Geoffrey Rush) - uma relação que joga com as potências da coragem e do medo - subverte as clássicas "cantigas de amizade".
Em O discurso do rei - um filme bonito e feito para ganhar prêmios (mas qual não quer?) - a amizade entre senhor e servo tem outros tons: os sentimentos minam.
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
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Um comentário:
Eu amei esse filme. Achei muito interessante como a história de um rei é humanizada e ganha mais impacto que o período histórico em que se passa já tão explorado pelo cinema.
Ele mereceu todos os prêmios.
Principalmente Colin Firth.
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