Não dá para analisar com os mesmos dispositivos teóricos e/ou subjetivos toda peça artística. Ou seja, cada obra é única e requer do pretenso analista, comentarista, crítico... um olhar desautomatizado e virgem.
Dito isso, preciso dizer que o filme Burlesque, dirigido por Steven Antin, é mais do mesmo: uma mistura de Chicago, Cabaret e Show bar feita para Christina Aguilera dar pinta e mostra toda a sua ineficiência como atriz. Claro que, ao tratar de temas próximos, as referências aos filmes anteriores têm alguma justificativa, mas as soluções dadas a Burlesque são tolas.
Cher está cada vez mais Cher, apesar da voz. Cam Gigandet aperta tanto a testa e os olhos, a fim de expressar alguma emoção, que repete a superficialidade de suas aparições na série Crepúsculo. E o excelente Stanley Tucci dá continuidade ao papel que representou em O diabo veste Prada.
Sim, há uma estética camp bacana, mas o clima burlesco é sensivelmente falso: os diálogos são clichês mal aproveitados e a trilha sonora tem sérios problemas de adequação às ações.
As cenas de palco, que poderiam salvar o filme, soam tão descoladas do todo que não empolgam.
Enfim, em Burlesque, o descompromisso com verossimilhanças, que poderiam resultar em entretenimento e diversão, cansa a boa vontade do espectador.
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
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