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terça-feira, novembro 22, 2011

Emilinha e Marlene - as rainhas do rádio

"Quem sabe faz ao vivo", diz o apresentador de TV, em uma referência aos bons cantores, àqueles que têm no palco o mesmo desempenho que o público encontra no disco.
Em tempos de manipuladores vocais, e quando o show em si parece valer mais do que a voz do cantor, ao mesmo tempo em que as apresentações ao vivo parecem ser o melhor meio de sobrevivência frente à crise do produto CD, a competência vocal volta com força decisiva: um retorno insuspeitável ao pré-gravado.
Claro, um retorno-em-diferença, pois ninguém precisa mais se dividir entre um artista ou outro - a emergência de várias vozes promoveu o espaço para o plural nos gostos auditivos. E os desafinados também têm um coração.
Em um momento não muito distante, o valor dado ao cantor vinha quase exclusivamente da avaliação que o público fazia de sua performance. Sim, porque até os programas de rádio eram feitos ao vivo.
Para alguém menos familiarizado com a história de nosso cancioneiro, parece inimaginável que artistas como Emilinha e Marlene tenham conseguido seduzir tantos fãs num Brasil pré-youtube para facilitar a divulgação do trabalho.
O poder sirênico avassalador destas duas rainhas podem ser vivido por todo aquele que for assistir à peça Emilinha e Marlene - as rainhas do rádio.
Dignas de suas personagens, é preciso destacar os trabalhos corporal e vocal de Solange Badim (Marlene) e Vanessa Gerbelli (Emilinha). Bem como de todo o elenco.
Sob a direção correta de Antonio De Bonis, com o tesão posto naquilo que fazem, as atrizes honram duas de nossas maiores cantoras.
Temos uma trajetória cancional singular e superior, cheia de personagens carentes de ser recuperados do campo do esquecimento coletivo. Emilinha e Marlene - as rainhas do rádio é um prazer à memória, um luxo à vontade de manter acesa a chama de nossa história.
Com uma trilha solar, dirigida por Marcelo Alonso Neves, o espetáculo investe no bom humor e na ironia, vindos do texto de Thereza Falcão e Julio Fischer, assim como na aproximação rápida com a memória afetiva do público para reluzir seu ouro: as duas homenageadas.
Assistir a Emilinha e Marlene - as rainhas do rádio é (re)conhecer um pouco mais do Brasil.

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