Pesquisar neste blog

quarta-feira, novembro 21, 2007

Admirável Velho Som Novo

Faz tempo que não vou a uma boate. Mais por falta de paciência com a música, o ambiente fechado e a aglomeração de gente do que por qualquer outro motivo. Há uma massificação de comportamento nestes ambientes para o que, sinceramente, não tenho mais paciência. Mas neste feriado, em um destes “acasos” da vida, descobri na web o trabalho de um DJ que atende pelo curioso código(?) 440. Na verdade estou falando do DJ e produtor cultural Juliani Marzani, ou simplesmente “DJ 440”.
Ele já participou e produziu diversas festas no eixo Olinda-Recife e interior do Estado de Pernambuco, terra que sempre nos proporciona tantos trabalhos decisivos para nossa cultura musical. Dentre os quais Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Otto, Mangue Beat... para citar alguns. Trabalhou ainda em alguns dos principais bares e espaços pernambucanos: Toca da Joana, Mad Pub, Boratcho, Capitão Lima, Novo Pina, Xinxim da Baiana, Fundaj, Mercado Eufrásio Barbosa, Centro Luis Freire, entre outros. Além de conceber e comandar o projeto “Terças do Vinil”, que tem o objetivo de reunir adoradores, colecionadores, vendedores do velho bolachão, além da troca de informações musicais.
Desde 1997 ele desenvolve uma incessante pesquisa de ritmos e musicalidades diferentes, sempre dialogando e trocando figurinhas com outros DJ’s e músicos. Tudo isso para agregar e enriquecer seus trabalhos em apresentações ao vivo ou em seus mixtapes desenvolvidos de forma conceitual. Além disso, também elabora trilhas musicais e participa de diversos eventos de moda.
O trabalho de DJ 440 está fundamentalmente centrado em sonoridades brasileiras do passado, presente e futuro, passeando pelo Samba-Rock, Drum´n Bossa e Mangue Beat ou flertando com Ragga/Dance Hall, Funky e o Hip-Hop. A esta “viagem musical” ele deu o nome de “Sambalogic”, em uma tentativa de traduzir o seu estilo.
Mais que isso, com seu trabalho, DJ 440 mostra que é possível ser antenado com o presente e com a moderna tecnologia, sem deixar de visitar, e mesmo “atualizar”, sons e ritmos que foram sempre barrados nos dance-clubs. Um importante trabalho de resgate de elementos de nossa cultura que podem deixar de existir por falta de consciência crítica e histórica de muitos.
Seus mixes e remixes são resultado de um aprimorado e consciente trabalho de pesquisa, que chega a ser assustador. O som de DJ 440 constata que é possível fazer “som de pista” sem ser uma mera cópia ou uma débil repetição de fórmulas importadas. As soluções encontradas a partir da mistura, diria antropofagia, dos próprios sons, ritmos e canções pesquisados é muito superiores a maioria dos sons de DJ’s badalados do eixo Rio-São Paulo. Mas fica uma dúvida: o seu trabalho agradará aos que não tem conhecimento de música popular e da infinidade de soluções que esse tipo de música pode resultar? Não importa.
Atualmente o DJ-440 se encontra em fase de divulgação nacional de seus mixtapes, distribuídos pela internet em seu website, entre outros canais de distribuição. Portanto, deixo aqui alguns lugares onde é possível obter mais informações sobre o DJ 440:

●web: www.dj440.com.br
●blog: http://dj440.multiply.com
●myspace: www.myspace.com/dj440
●fotos: www.flickr.com/photos/dj440

DJ 440 é isso Sambalogic! Farinha Electro! Correria!

RODAPÉ:

Sempre prometo que não vou ler críticas e matérias sobre um filme que estou interessado antes de assisti-lo. Porém não resisto. Li tudo que me caiu nas mãos sobre "O Passado", o mais recente filme de Hector Babenco, com Gael Garcia Bernal. Vi até entrevista com os dois juntos na TV. Enfim, fiquei empolgado com tantas coisas que críticos, ensaístas, jornalistas, etc conseguiram tirar do filme. Não via a hora de assistir esta que já me parecia a produção mais interessante do ano. Até que parei de ler sobre e fui ao cinema, me encontrar com o filme real. A essa altura não preciso dizer - está implícito - que fiquei um tanto decepcionado com o que vi. Tal como em Piaf, Hino ao Amor (título absurdo!), parece que vi cenas que ninguém viu. Ou não vi as cenas que todo mundo viu. Se em Piaf o retrato é de uma histérica que berra o tempo todo, em "O Passado", duas das três personagens femininas principais são caricaturas da ciumenta de camisa-de-força. Em resumo: personagens com apenas 2 dimensões. E não há nada mais brochante do que ver seres humanos reduzidos ao preto&branco.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei curioso com o rapaz - 440. Sobre piaf ainda não vi e já não gostei. Filme sobre uma histérica que canta o tempo todo é ótimo...
Quanto a babenco é uma pena, apostava que seria bom, pra que ele se redimisse de Carandiru.

Márcia Leite. disse...

O som do 440 é muito bom mesmo, também acho demáás! É maravilhoso ver que a tradicional música pau-brasil não está sendo esquecida, muito pelo contrário, está tudo voltando, mas com um cheiro de novidade bom de provar.

Quanto ao filme do Babenco, quero muito ver. Tanto pela história quanto pelo Gael que, além de ótimo ator, é lindooo, e ver aquele homi, pelo menos nas telas, faz bem pra saúde kkkkkk.

Adorei o post!

Bjão pra tu, leo!

Anônimo disse...

Muito obrigado pelo texto Leo. Curti muito...

Infelizmente ainda não tenho previsões de ir ao Rio, mas desejo muito. Assim que eu tiver onde tocar aí eu irei.............

Grande abraço!