Ninguém agüenta mais este assunto. Até por que a TV quando quer enfiar algo na mente dos desavisados ela sabe como fazê-lo. Mas eu não poderia deixar de dar minhas impressões, pelo menos, sobre a abertura do evento.
Pelo ritmo que as obras vinham sendo feitas, parecia que não ia dar certo, porém o PAN tá aí, rolando numa boa. Mesmo com os problemas de infra-estrutura ao redor dos locais de competição. Nada incomum em eventos deste porte, em que os problemas são jogados para debaixo do tapete. Mas quero falar da festa. Afinal é isso que importa.
Muito além das vaias orquestradas por uma oposição, que só se mostra oposição desta forma infantil, e ampliada pela imprensa tendenciosa contra o presidente Lula, a cerimônia de abertura do PAN, no Maracanã, foi uma amostra muito feliz da diversidade e capacidade da criação artística do Rio, quiçá do Brasil.
Amplio pro Brasil, pois estiveram presentes artistas de vários lugares.
O instigante Cordel do Fogo Encantado – de Pernambuco, o conterrâneo Chico César – da Paraíba, a linda e inteligente Adriana Calcanhotto – do Rio Grande do Sul, a animada Daniela Mercury – de Salvador, o multi Arnaldo Antunes – de São Paulo, etc e tal.
Aliás, depois de todo aquele auê, que se formou sobre a letra do hino do PAN, de Arnaldo e Liminha, a música acabou cumprindo sua função. A galera do Maraca viveu a energia de estar ali e cantou junto a tal letra tão criticada.
A festa, idealizada pela carnavalesca Rosa Magalhães – carnaval e esporte têm mesmo laços estreitos por aqui –, assim como a letra do hino, apresentou a mistura de referências mitológicas, tanto do universo dos jogos quanto da história da formação do Rio e do Brasil.
Gostei muito do que vi. Apesar de estas cerimônias terem sempre um “q” déjà vu. E, convenhamos, prestando atenção na pira, ela mais parece um estandarte de carro alegórico.
Enfim, eu, que nunca havia entrado no Maracanã, fiquei deslumbrado com a grandiosidade da festa de cores brasileiras e com a beleza de ver aquele mundo de gente cantando, aplaudindo...
Sim, alguns vaiam, fazer o que? Sempre há os que levam o comportamento de casa pra praça. Estamos num país democrático.
Amplio pro Brasil, pois estiveram presentes artistas de vários lugares.
O instigante Cordel do Fogo Encantado – de Pernambuco, o conterrâneo Chico César – da Paraíba, a linda e inteligente Adriana Calcanhotto – do Rio Grande do Sul, a animada Daniela Mercury – de Salvador, o multi Arnaldo Antunes – de São Paulo, etc e tal.
Aliás, depois de todo aquele auê, que se formou sobre a letra do hino do PAN, de Arnaldo e Liminha, a música acabou cumprindo sua função. A galera do Maraca viveu a energia de estar ali e cantou junto a tal letra tão criticada.
A festa, idealizada pela carnavalesca Rosa Magalhães – carnaval e esporte têm mesmo laços estreitos por aqui –, assim como a letra do hino, apresentou a mistura de referências mitológicas, tanto do universo dos jogos quanto da história da formação do Rio e do Brasil.
Gostei muito do que vi. Apesar de estas cerimônias terem sempre um “q” déjà vu. E, convenhamos, prestando atenção na pira, ela mais parece um estandarte de carro alegórico.
Enfim, eu, que nunca havia entrado no Maracanã, fiquei deslumbrado com a grandiosidade da festa de cores brasileiras e com a beleza de ver aquele mundo de gente cantando, aplaudindo...
Sim, alguns vaiam, fazer o que? Sempre há os que levam o comportamento de casa pra praça. Estamos num país democrático.
12 comentários:
Gostei de ler...Muito bem, parece que vc tirou certas palavras (que estavam engasgadas) da minha boca, disse muito bem a que veio, seu ponto de vista poderia muito bem estar numa das colunas de O Globo ou do JB. Assino embaixo.
Adorei mesmo a abertura dos jogos olimpicos mas detestei as vaias. de pessimo gosto, falta de educação de um grupo que nao sabe se comportar.
Salve!
A festa realmente pareceu linda, mas a nota triste foi a vaia. Independente de um petismo ou de ser concorde ao Lula e tirando a política de lado, há protocolos que precisam ser cumpridos e que, mediante um comportamento infeliz, foram quebrados. O que importa, contudo, são os jogos. Estou me sentindo até mais brasileiro, é mole!
Abraços!
Sinceramente? Quero ver ter peito pra encarar um Brasil desse tamanho e agradar a gregos e troianos! bjs, Léo! Belissimas palavras.
Você tem certeza de que a oposição orquestrou esta democrática vaia?
Bjs
Sim, meu querido.
Apesar de todos as ressalvas que tenha quanto a forma como o Lula tem dirigido nosso país, não posso fechar meus olhos e ouvidos.
Foi visível que as vaias partiram de um grupo isolado e, como bons brasileiros, espalhamos (quem vaiou) pelo Maracanã todo.
Bjs
Bem. Estava lá. Agora, dizer que todos eram oposição... Ouvi um estádio inteiro em alto e bom som. Não posso acreditar que a maioria sejam Marias...
Acredito que, como bom carioca que sou (por tradição, oposicionista sempre), não fui manipulado por ninguém. Por que, então, os “apoiadores” de plantão nada fizeram? Por que entraram num coro avassalador, mesmo acreditando e aceitando nas benesses eleitoreiras do “M. Lulà”?
A vaia é tão democrática quanto o aplauso. Estava sentado perto da tribuna de honra. A maioria, segundo os próprios dados do SIAF, eram portadores de ingressos comprados com dinheiro público (veja o jornal O Globo de hoje). Funcionários públicos federais, estaduais, municipais, estavam lá. Aproveitavam tudo com o meu, o seu o nosso dinheiro.
Acredito, realmente, que, desta vez, as hordas parasitas do sindicalismo lulista não foram convocadas para “claquear”.
N.B. Adoro divergências.
Bem, eu também estava lá.
Não digo que todos eram oposição, nem que todos eram Marias... Até por que não foram todos que vaiaram, houve sim, quem aplaudisse. Mas vaias são mais audíveis que aplausos ou não?
Minha questão não é ter vaiado o Lula, mas ter vaiado.
Sim, concordo que a vaia também é um ato de democracia, só é!!! Mas naquele momento e com o Governo Federal tendo injetado a maior parte dos recursos para a festa, não acho que a vaia tivesse algum sentido democrático, ou qualquer que seja.
Também sou oposicionista, meu amigo, mas é preciso ter um motivo bom para me opor. Ser por ser? Não vi motivo para ser oposicionista de nada alí. Não era o lugar, não era o momento...
Quanto aos ingressos, a maioria era de classe média, a mesma classe média que tá pagando mais dinheiro para ter um carro importado na garagem. Notícia veiculada pelo mesmo O Globo que você citou. Governo ruim este não? Então não me venha o mesmo jornal dizer que o povo vaiou Lula. Povo? que povo? O povo que lê jornal e pode comprar carro importado? Sim, porque era este povo que estava lá, com o preço do ingresso alto como foi.
Aliás, o mesmo jornal publicou domingo passado que o Maia, aquele que quando houve a eleição pro Rio sediar o PAN, orçou em alguns milhões, mas depois precisou de muito mais, recorrendo a Lula, para cobrir tudo, este mesmo Maia admite que semanas antes já previa a vaia. Previa? Como assim previa? Ele é vidente também?
E tenho dito.
(rsrsrsrs)
Bem. Não podemos exigir do “povo” o momento certo para a expressão democrática (cova dos leões para ele?). Sim, o Lula. Ele mesmo que representou, não para o “povo”, como você mesmo disse, mas a vergonha e o descalabro da corrupção aberta e desvairada, praticada e catapultada, via satélite, em cores e neons, para o mundo inteiro. E ele não sabia de nada?! Melhor relaxar e gozar (viva a pisada e o “suplício”!).
Também acho que não era o momento. Mas, quem sou eu para criticar uma manifestação? Cada um julga como pode.
Acredito, aqui, que a discussão não é ser o Lula (leia-se Governo Federal) o investidor maior ou não. O que se manifesta, é o que nunca foi honrado, por governo algum, em relação ao Rio. Este Presidente fez o que deveria ter feito há muito tempo. Não é comprando carros e criando salas informatizadas (e climatizadas) que o fará maior investidor. Esta cidade e este Estado merecem o que foi usurpado com a fusão.
Portanto, meu querido amigo, a verdade é que a história não se resume no “Maraca”, como num clássico Fla x Flu. Mas, sim, e tão somente, na não aceitação deste, e dos anteriores, governos por uma “minoria silenciosa” (ou melhor dizendo, ruidosa?!).
Não me coloco, neste nosso espaço democrático chamado cyber-espaço, a favor deste ou daquele governo. Mas, sim, de ma cidade que foi estado. Pela história merecedora de uma sociedade que tanto contribuiu, e continua a contribuir, para este País.
Gosto da postura quase insana/irresponsável/inconseqüente do nosso prefeito.
Aliás, meu querido, a Cesar o que é de Cesar. Sem ele, não haveria tribuna para, nem mesmo, uma vaia. Estou errado?
Saudações deste que te ama.
Marcus
1- Bem, questiono, mais uma vez de que povo você está falando. Pois, não vi alí representantes do povo carioca, quiçá brasileiro, nenhum, mas uma minoria abastada;
2- A corrupção, como voce, eu, qualquer um sabe, não começou com o governo Lula (mais uma vez repito: não quero tomar o partido dele, pois também tenho cá minhas queixas). Que bom que finalmente a sujeira não foi parar debaixo do tapete (hábito nosso), mas está " aberta e desvairada, praticada e catapultada, via satélite, em cores e neons, para o mundo inteiro". Isso sim é expressão democrática!
3- Não julgo a manifestação, mas a forma covarde como ela foi feita;
4- Que bom, também que ele fez o que outros não fizeram, não? Reconheço a importância do Rio na história nacional, meu amigo;
5- Gostas da postura "quase insana/irresponsável/inconseqüente do nosso (!?) prefeito"? Bela forma de governar não? Aliás meu querido, ter idéias é fácil, tenho inúmeras, agora, depois de ter a idéia jogar a responsabilidade de concretiza-la no colo de outro... convenhamos, o PAN jamais teria a "cara" que está tendo apenas com as idéias inicias do prefeito. Estou errado?
Também te adoro, cara.
Tô adorando isso.
Quero que outros entrem na discussão.
Beijão
Leo
Já que é pra entrar na discussão vamos lembrar algumas coisas:
- O país deve algo ao Rio? Concordo. Anos de brizolismo afastaram o Governo Federal da cidade e do estado. Mas anos de Cesar Maia (quantos anos hein?) só fizeram bem a quem mora na Zona Sul e aumentaram a divisão dessa cidade metade Bélgica, metade Congo (pra usar um país que está na moda comparar...)
E, pelo que se vê, só vai continuar aumentando com o interesse de nosso prefeito em Pans, Olimpíadas, Copas do Mundo, e outras efemérides que possibilitem dar muito dinheiro para empreiteiras. Agora mesmo, enquanto há uma guerra civil nos morros, nosso prefeito torra nosso dinheiro construindo a Cidade da Música Roberto Marinho (belo nome...). Isso quando não temos sequer um temporada de música para preencher os dias do Teatro Municipal e da Sala Cecília Meireles...
- Outra coisa a se lembrar: em 1970 o "povo" do Rio de Janeiro ovacionou um certo General Garrastazzu Médici no mesmo estádio do Maracanã.
- É por essas e por muitas outras que continuaremos a ter governantes como Brizola, Garotinho, Rosinha e César Maia...
Abraços.
Duas coisinhas mais (sobre a imparcialidade de nossa imprensa):
- eu também estava na abertura do Pan, e quase toda a ala onde eu estava sentado não vaiou Lula, ao contrário dos jornais que colocaram 90 mil pessoas vaiando o presidente (como se até D. Marisa e a comitiva tivessem vaiado...)
- outra conta que não fecha:
"O Estado de S. Paulo" publicou que Lula foi vaiado quatro vezes.
"O Globo" deu que ele foi vaiado cinco vezes.
"A Folha de S. Paulo" cravou seis.
A informação é do Ancelmo Gois na sua coluna on line.
Adorei as alfinetadas! Na letra da abertura do PAN - que por sinal não conheço mas também não faço muita questão - e na cultura do brasileiro que, sem querer querendo, têm certas gafes conhecidas mundialmente. Outro exemplo disto foi a entrada dos atletas da natação num treino: muito alvoroço, algazarra e gritaria pra "marcar presença" - sim, porque brasileiro que é brasileiro tem que gritar pra mostrar serviço!
Abração, Leo!
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