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segunda-feira, julho 09, 2007

Me sentindo em casa

Na noite do dia 29 de julho do ano passado, ou seja, há quase um ano, acontecia, como acontecerá este ano, a Festa de Nossa Senhora das Neves, na capital paraibana. É a festa da padroeira, mas marca também o aniversário da cidade. Eu, ainda morador da minha terrinha, fui assistir, na rua, ao show de Renata Arruda, pela primeira vez, e gostei do que vi.
Renata começou cantando no Coral Universitário da Paraíba. Em seguida, aos 19 anos, mudou-se para Brasília onde deu início à carreira.
Em 1991, ela se mudou para o Rio e dois anos depois estava lançando o primeiro CD. Deste então tem emplacado algumas canções no mercado nacional.
A paraibana foi elogiada publicamente pela "divina" Elizete Cardoso que, após assisti-la num
a apresentação com Altamiro Carrilho, disse: “Esta menina cantou como as cantoras deveriam cantar. Ela não somente cantou com a voz, ela cantou com a voz, com o corpo e com a alma”.
Neste domingo (08/07/07), fomos assisti-la na Sala Baden Powell, em Copacabana, aqui no Rio de Janeiro. Foram apenas três apresentações tendo, a cada noite, convidados como Ney Matogrosso e Os Cariocas .
Dirigida por Lúcia Veríssimo, e acompanhada por três músicos, entre eles um baterista também paraibano, Renata interpretou, sempre cheia de paixão e tesão, canções que falam fundo aos conterrâneos dela, como: Roendo Unha (Gonzagão e Luis Santa Fé) e Espumas ao Vento (Accioly Neto).
Ainda marcada pela pegada firme de violão, marca do mais recente CD, Renata apresentou canções de seu próximo trabalho, mescladas a músicas já conhecidas, e intercalando-as com textos de sua autoria. Aliás, conforme anunciou, seu próximo disco será o mais autoral.
Particularmente prefiro-a apen
as como intérprete, ainda que eventualmente carregue nas tintas em algumas interpretações. É uma ótima experiência ver seu show. Renata - pela figura, pela presença, e pela entrega - é uma cantora de palco.

Elba Ramalho, a convidada da noite de domingo, entrou em cena após uma introdução percursiva remetendo, os ouvidos mais atentos, aos sons e ritmos do sertão nordestino.
Elba criou empatia imediata com o público, interpretando Chão de giz (Zé Ramalho), e depois acompanhando Renata em Roendo Unha. Voltou no biz para, sem instrumento algum, cantar De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel). A anfitriã, que assistiu o solo sentada na beira do palco, acompanhou a platéia nos aplausos.
E foi em meio a muitos aplausos que Elba disse: “Somos duas mulheres paraibanas, mulher-macho, guerreiras como nossas mães”. Salve Elba!
Como qualquer cantora antes do lançamento de um novo disco, Renata ficou mais à vontade quando tocou músicas de seu repertório já conhecido. Nessas horas se estabelecia a comunhão com a platéia, o coro e a marcação de palmas.
So pra ser minha mulher (Erasmo Carlos e Ronnie Von), Tudo seu cabe em mim (Renata Arruda e Dana Costa), Ouça (Maysa), Sangue Latino (João Ricardo e Paulinho Mendonça), Ninguém Vai Tirar Você de Mim (Edson Ribeiro e Hélio Justo) e Como nossos pais (Belchior), foram acompanhadas pelo público.
Destaco a engraçada letra de Soberano desprezo (Bráulio Tavares), feita sobre pequenos poemas-piada, com os versos “Sabe o que é que você é meu amor? / É um dente doente que se arranca de peixeira pra parar de sentir dor
É claro, senti falta do calor de minha gente cantando junto a cada canção interpretada, mas o público da Baden Powell não fez feio.
Ver aquelas duas mulheres, saídas lá de cima (como dizem por aqui), mostrando o que é que a Paraíba tem, lavou minh’alma e me emocionou.
Relembrei muito e muitos. Há pessoas, lugares e momentos que nenhuma peixeira arranca de nossas lembranças, nem queremos, na verdade.
O que quero é em breve ter meu olhar dando uma festa ao chegar por lá. Por enquanto, fico cá roendo unhas. "Desenhos que a vida vai fazendo / Desbotam alguns, uns ficam iguais".

7 comentários:

Unknown disse...

Lindo, o seu texto, Leonardo. Além de ser um ótimo treino tbm. Parabéns! Vejo-te. Até mais... W.

Jerônimo Vieira disse...

Léo, lindo o seu texto e cheio de emoção... gostei qdo vc disse senti falta dos seus... eu amo as duas: Renata pela sua voz e garra, Elba por tudo que é e n deixa de ser, e as duas juntas então... só Deus!

Faz tempo q n vou a umshow da Renata, já fui a mais de dez, acompanhei de perto pelos pares daqui, já d. Elba, vi duas vezes nesse São João, aqui em Campina e em Goiana(PE). Melhor do que elas, só o dobro delas...

Falar de Elba n se faz necessário, já vi mais de dez shows dessa arretada e vc mesmo jah me viu pelo jornal, numshow dela, aos delíros... se precisar de fotos delas, é só avisar.

Flws,

J

Anônimo disse...

Ah, Léo, fiquei emocionado! É fantástico ler seus textos e poder matar um pouquinho das saudades... Vc faz falta demais aqui em cima...rsrsrs... E Elba e Renata juntas, deve ter sido demais, gostaria de estar aí contigo! E q vc aparecesse por aqui tb, ok?

Bruno Lima disse...

Texto muito bonito, Leo!

Abraços
Bruno

Henrique Oliveira disse...

Fico imaginando o tamanho da saudade provocada por um evento desses... Mas o tempo vai passando e quando a gente vira cidadão do mundo descobre que o melhor lugar do mundo é aqui, e agora... Mas que dá saudade... Um abração pro6!

Leonardo Davino disse...

Agradeço as palavras de incentivo, Webert, Jerônimo e Bruno. Muito grato.
Edu, sempre q penso na Renata Arruda, lembro daquele show q fomos juntos, da Angela Rõ Rô, quando esta disse q a Renata é a fruta mais gostosa da Paraíba, lembra? Rimos muito. Aquele momento foi nosso, meu querido amigo.
Tiago, sempre me alumiando a mente e me impulsionando pro alto.

Abraço em todos! Vc's são o sentido disto existir.

Marcus Aurelius disse...

Bem. Os fatos, e fotos, destes últimos dias corroboram minhas afirmações. Viva Marco Aurelio Garcia?!