Escrever sobre Ariano Suassuna é escrever sobre um bom humor irresistível, sobre seu grande talento literário (do qual destaco Uma mulher vestida de sol) e da enorme influência exercida sobre várias gerações, além, claro, de sua ranzinzisse crônica – na resistência contra a “desfiguração da identidade cultural” e a defesa da ancestralidade erudita nascida das manifestações populares.
É sobre este Suassuna escritor e pensador que assistimos – dia 18/05 – a peça Ariano, em cartaz no CCBB, do Rio de Janeiro, até 15 de junho. A montagem faz parte das homenagens pelos seus 80 anos.
Com autoria do jornalista paraibano Astier Basílio e Gustavo Paso e sob direção deste, a peça narra uma saga poética (começando pela marcante morte de seu pai), em que o jovem Ariano, interpretado pelo pernambucano Gustavo Falcão, segue em busca do Reino de Acauã, uma referência à Fazenda Acauã, onde o escritor nasceu, no interior da Paraíba.
Há uma reverência ao conjunto de criações do autor de O auto da compadecida, vemos o Ariano-personagem às voltas com seus adversários ou com suas criaturas de teatro e romance – quase todos retirados da admirável mitologia nordestina, sem esquecer do sebastianismo (Dom Sebastião é interpretado por Jorge Luís Cardoso), tão presente na obra do criador de Chicó (Ney Motta) e João Grilo (Maurício Baduh).
Misturando referências biográficas de Suassuna com personagens de sua obra, a peça segue a estrutura da Divina Comédia, de Dante Alighieri, com três atos, Sol (representando o inferno) Sangue (purgatório) e Sonho (paraíso).
Obviamente, uma peça com muitos atores – o talentoso Gustavo Falcão lidera um elenco de 14 atores, da Cia Epigenia Arte Contemporênea – tem lá uns personagens mal interpretados, mas nada que ofusque a totalidade e a magia criadas pelo texto, cenário e iluminação.
“A saída está na poesia” é uma frase sempre dirigida ao Ariano quando o personagem se encontra diante dos dilemas levantados, mais uma poética e metalingüística solução, encontrada pelos autores da peça, para homenagear o autor da frase:
Com autoria do jornalista paraibano Astier Basílio e Gustavo Paso e sob direção deste, a peça narra uma saga poética (começando pela marcante morte de seu pai), em que o jovem Ariano, interpretado pelo pernambucano Gustavo Falcão, segue em busca do Reino de Acauã, uma referência à Fazenda Acauã, onde o escritor nasceu, no interior da Paraíba.
Há uma reverência ao conjunto de criações do autor de O auto da compadecida, vemos o Ariano-personagem às voltas com seus adversários ou com suas criaturas de teatro e romance – quase todos retirados da admirável mitologia nordestina, sem esquecer do sebastianismo (Dom Sebastião é interpretado por Jorge Luís Cardoso), tão presente na obra do criador de Chicó (Ney Motta) e João Grilo (Maurício Baduh).
Misturando referências biográficas de Suassuna com personagens de sua obra, a peça segue a estrutura da Divina Comédia, de Dante Alighieri, com três atos, Sol (representando o inferno) Sangue (purgatório) e Sonho (paraíso).
Obviamente, uma peça com muitos atores – o talentoso Gustavo Falcão lidera um elenco de 14 atores, da Cia Epigenia Arte Contemporênea – tem lá uns personagens mal interpretados, mas nada que ofusque a totalidade e a magia criadas pelo texto, cenário e iluminação.
“A saída está na poesia” é uma frase sempre dirigida ao Ariano quando o personagem se encontra diante dos dilemas levantados, mais uma poética e metalingüística solução, encontrada pelos autores da peça, para homenagear o autor da frase:
“A gente tem uma tendência a querer que o tempo da história coincida com o tempo de nossa biografia. O progresso moral da Humanidade é muito lento.”
Fica registrado que há homenagens e Homenagens. Ariano é uma Homenagem apaixonada, inteligente – com todos os recursos intertextuais do texto e da encenação – e merecida, feita ao autor de A pedra do reino, o nosso Quixote sertanejo!
4 comentários:
Legal, Leo
li aos galopes
da emoção,
depois vou reler.
Abraço
e eu tô curioso demais
pra ver -
não vi ainda.
Até mais
ia ver na sexta mas estava cansadesimo. obrigado pelo comentãrio da peça do Matraga, eu sei que existe a dificuldade de desfazer um mito ou pode ate ser que nao seja isso, que nao exista esse mito, mas a peçca foi de um clima jocoso tao desprovida de querer pretender algo mais que eu acho que ficaria forçado. quando entrei no teatro eu pensei exatamente isso pois o Vladimir nao eh nem um nem outro, éh ele mesmo, apenas.
consegui fazer o trabalho em tempo.
ARIANO É UM GRANDE AUTOR E SUJEITO E ADORO ELE
http://medindodias.blogspot.com/?expref=next-blog
Postar um comentário