Depois de assistir à excepcional montagem de
Priscilla, meu nível de exigência com musicais aumentou bastante. É por isso
que O Mágico de Oz ficou muito aquém das minhas expectativas.
Com cenários pretensamente gradiloquentes, comprometendo o
visagismo, e figurinos fracos - as roupas do bando do Besourão mais parecem as
dos bailarinos da Madonna de antigamente, as dos Winkies (feitas de espuma) são
fraquíssimas, mas, sem dúvida, o Leão é quem tem o figurino mais prejudicado,
sem contar a pobre juba com muderno(?) dread(!) - o espetáculo não
vai muito longe do regular.
As atuações exageram no caricatural. Maria Clara Gueiros
(Bruxa Má do Oeste / Almira Gultch) é Maria Clara Gueiros, sem tirar nem por; o
Leão (Lucio Mauro Filho) presta-se ao riso rápido; e Dorothy (Malu Rodrigues,
com boa voz própria de musicais americanos) fica entre a menina enfadada e a
patricinha.
No meio disso, se salva a presença de Bruna Guerin (Glinda /
Tia Em) e Nicola Lama (Homem de lata / Hickory). Ambos com ótimo trabalho de
personagem. Além das coreografias bem executadas.
Entre outros momentos fracos, a cena do redemoinho é
reduzida a um jogo já batido de luz e projeções de vídeo e o caminho de tijolo
amarelo é explorado de forma confusa diante da saturação de elementos cênicos.
Porém, o maior problema de O Mágico de Oz está no ritmo. Há
quebras muito bruscas no andamento, como se a narrativa engasgasse. Não resta
dúvida de que é uma super produção, mas talvez esteja também aí o problema: o
excesso, o "super" mal resolvido. Uma pena!
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