Se você, entre muitos risos e lágrimas, emocionou-se com a leitura de Vale tudo: o som e a fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, vai também ser afetado por Tim Maia - Vale tudo, o musical, dirigido por João Fonseca.
Tudo no espetáculo trabalha para a empatia rápida com a plateia: sejam os recortes amenos no texto do livro; sejam as soluções cênicas; sejam as interpretações caricaturais de personagens da história da canção brasileira - todos bastante conhecidos pelo grande público.
Por falar em interpretações, dizer que o elenco escolhido para este musical é irretocável seria redundante, mas necessário. Todos em cena merecem destaques e João Fonseca sabe explorar bem as possibilidades de cada um.
Porém, como não poderia ser diferente, o destaque é Tiago Abravanel: equilibrando semelhanças e diferenças com Tim Maia, o ator encontra um ponto próprio de intervenção artística.
E por falar em figuras caricaturais, talvez seja aí onde mora o segredo do espetáculo: não se quer interpretar o indivíduo socialmente reconhecível, mas recuperar e condensar mitemas que lhe traduza - o Tim - da melhor forma possível: tropical - "baseado em que você pode fazer quase tudo".
Atores e músicos se movimentam em um cenário que sugere uma vida - a de Tim Maia - passada dentro de um imenso backstage. Até algumas trocas de roupas são feitas diante do público. O recurso metalinguístico amplia a atmosfera íntima e joga com ficção e realidade - convida o público a entrar no jogo, nas canções, no labirinto que quer alcançar o sujeito Tim Maia: presente e ausente o tempo todo.
A intensão de Tim Maia - Vale tudo, o musical é levar a plateia à intimidade do mito: tantas vezes posta em público pela própria personagem. Uma intimidade ficcional, afinal não é proposta da peça encenar uma vida inteira.
Como no livro, a assinatura de um Nelson Motta íntimo da personagem dá o tom do espetáculo. O autor aqui e ali aparece em cena, seja na voz em off, seja encenado. Mas diferente do livro, a autoironia corrosiva de Tim alcança um nível humorístico que abrange um público maior. O espetáculo é indicado para maiores de 14 anos. E aqui mais um ponto para a direção de João Fonseca e sua capacidade de driblar com luz, som e sonho a melancolia destrutiva e construtora do mito.
Aliás, o grande foco da peça é mesmo o público que, entre memórias e novidades, encontra em Tim Maia uma possibilidade brasileira - malandra - de rir de si mesmo: dos acertos e, principalmente, dos erros cotidianos.
O Tim Maia do espetáculo, mais do que uma alegoria, é um símbolo do Tim Maia referencial: posto que, através das construções apresentadas no conjunto cênico, semelhante ao Tim Maia "real", ele faz da própria vida uma obra de arte: uma intervenção (por vezes uma imposição) de sua voz e de sua personalidade singularíssimas.
Por falar em interpretações, dizer que o elenco escolhido para este musical é irretocável seria redundante, mas necessário. Todos em cena merecem destaques e João Fonseca sabe explorar bem as possibilidades de cada um.
Porém, como não poderia ser diferente, o destaque é Tiago Abravanel: equilibrando semelhanças e diferenças com Tim Maia, o ator encontra um ponto próprio de intervenção artística.
E por falar em figuras caricaturais, talvez seja aí onde mora o segredo do espetáculo: não se quer interpretar o indivíduo socialmente reconhecível, mas recuperar e condensar mitemas que lhe traduza - o Tim - da melhor forma possível: tropical - "baseado em que você pode fazer quase tudo".
Atores e músicos se movimentam em um cenário que sugere uma vida - a de Tim Maia - passada dentro de um imenso backstage. Até algumas trocas de roupas são feitas diante do público. O recurso metalinguístico amplia a atmosfera íntima e joga com ficção e realidade - convida o público a entrar no jogo, nas canções, no labirinto que quer alcançar o sujeito Tim Maia: presente e ausente o tempo todo.
A intensão de Tim Maia - Vale tudo, o musical é levar a plateia à intimidade do mito: tantas vezes posta em público pela própria personagem. Uma intimidade ficcional, afinal não é proposta da peça encenar uma vida inteira.
Como no livro, a assinatura de um Nelson Motta íntimo da personagem dá o tom do espetáculo. O autor aqui e ali aparece em cena, seja na voz em off, seja encenado. Mas diferente do livro, a autoironia corrosiva de Tim alcança um nível humorístico que abrange um público maior. O espetáculo é indicado para maiores de 14 anos. E aqui mais um ponto para a direção de João Fonseca e sua capacidade de driblar com luz, som e sonho a melancolia destrutiva e construtora do mito.
Aliás, o grande foco da peça é mesmo o público que, entre memórias e novidades, encontra em Tim Maia uma possibilidade brasileira - malandra - de rir de si mesmo: dos acertos e, principalmente, dos erros cotidianos.
O Tim Maia do espetáculo, mais do que uma alegoria, é um símbolo do Tim Maia referencial: posto que, através das construções apresentadas no conjunto cênico, semelhante ao Tim Maia "real", ele faz da própria vida uma obra de arte: uma intervenção (por vezes uma imposição) de sua voz e de sua personalidade singularíssimas.
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