Para ser lido ao som de "Não existe amor em SP", de Criolo:
Este São João eu decidi fazer algo diferente. Ao invés de ir para Campina Grande, eu decidi ir para São Paulo e hospedar-me na Avenida São João: perto dos buxixos, de onde dá para fazer vários passeios a pé.
Depois de deixar a pouca bagagem no quarto do hotel, cuja janela proporcionava uma vista privilegiada da famosa avenida e do topo do COPAN, fomos à feira cultural LGBT, no Vale Anhangabaú.
Depois de deixar a pouca bagagem no quarto do hotel, cuja janela proporcionava uma vista privilegiada da famosa avenida e do topo do COPAN, fomos à feira cultural LGBT, no Vale Anhangabaú.
Mais tarde jantamos no shopping Pátio Higienópolis onde assistimos à peça Mambo italiano, no Teatro Folha.
Eu já tinha visto o filme e gostado bastante. Apesar da imaturidade cênica dos atores mais novos, a peça fez uma competente adaptação do roteiro para os palcos paulistas - dando verossimilhança à história por fazer as personagens transitarem por lugares de são Paulo. Mais o destaque mesmo é Jussara Freire: senhora das cenas.
A Galeria do Rock virou destino certo, às vezes que visito São Paulo. Procurar cd's fora de catálogo em uma de suas lojas - desta vez eu trouxe comigo a trilha sonora do filme Orfeu, entre outros; comprar camisetas confeccionadas por uma de suas pequenas grifes, como a Santa Hell; e mesmo passear por um espaço em que várias tribos confluem é um programa pra lá de bacana e signo paulista.
Outro destaque foi ver in loco a restauração do Teatro Municipal. Ficou lindo, como é e merece ser. Além de passear pelas ruas do Centro, cheias de sebos de livros e discos, arquitetura ímpar e bons restaurantes. Por falar em comida, indico (com louvor) a Doceria Holandesa - Av. Vieira de Carvalho: entre o Largo do Arouche e a Praça da República - e suas tortas e cafés tentadores.
Impossível não ir à feira na Liberdade e almoçar no Comida Caseira: restaurante que faz jus ao nome e que serve uma feijoada - para esquentar os maravilhosos dias frios de São Paulo - farta e saborosa. Depois disso, bater pernas na Av. Paulista - visitar a Casa das Rosas; as livrarias Cultura, Fnac, Martins Fontes e a exposição do arquiteto, cenógrafo, figurinista e artista visual Flávio Império, no Itaú Cultural.
Sem contar as bordejadas noturnas entre o trecho que vai da Av. São João e a Praça Franklin Roosevelt: reduto certo de gente interessante e interessada. Desta vez, ao invés do Espaço dos Satyros, assistimos - às 24h de um sábado - à peça Prego na testa, no Espaço Parlapatões, onde Hugo Possolo faz uma contundente análise sintomática de nosso jeito contemporâneo de ser. Isso depois de comer no bacanérrimo Rose Velt, restaurante e cachaçaria que fica na mesma praça.
A exposição Os anos Grace Kelly - princesa de Mônaco, na Fundação Armando Alvares Penteado, deu-nos uma aula daquilo que deve ser a excelência de uma montagem expositiva. As soluções arrojadas encontradas pelos curadores e cenógrafos eram um deslumbre: tanto faziam jus à pompa do tema, quanto enchia os sentidos dos visitantes de desejo.
No MASP, a exposição 6 bilhões de outros apresentava vídeos/depoimentos de pessoas comuns e dos mais diversos signos sociais de todos os cantos do mundo. Uma impactante cartografia da palavra falada que revela nossas semelhanças e diferenças.
E não poderia faltar uma passada em uma das feiras de antiguidade de São Paulo. Escolhemos dessa vez a feira do Bixiga, na Praça Dom Orione, onde tive a feliz alegria de encontrar um LP Araçá azul, de Caetano Veloso, dando sopa para mim. Não resisti às piscadelas e sai da feira com o LP debaixo do braço. Estávamos indo para a XV Parada do Orgulho LGBT, na Av. Paulista, e nada melhor do que levar "um disco para entendidos" para um evento como este.
6 comentários:
São Paulo ficou encatadora com suas narrativas. Eu que não tenho tanta vontade de passear por lá, já a coloquei no topo dos futuros passeios.
Ah! Adorei a foto nova do cabeçalho do blog!
Concordo com a Fabiana, mas SP ainda não está em lista de futuros passeios. Meu coração ainda vibra com os ritmos nordestinos e eu não conseguiria ter o mesmo encantamento com a cidade estando com o espírito preso ao Maranhão.
Um abraço
Ai, delícia de tour a gente faz te lendo, Leo! E, olha, estou viciadíssima no "Nó na Orelha", discão! E "Não existe amor em SP" é de longe uma das minhas preferidas! Beijos!
Muito legal sua agenda/roteiro Léo. A minha estada foi algo mais caseiro além da visita do Anhangabaú, da Liberdade, de um restaurante cujo nome não me recordo, de umas comprinhas no Braz e da visita de sempre so mercadão, noites regadas a um bom vinho Sul Africano e periquita ou Agnus, jantar tudo de bom. valeu!!!!
Que bacana!!É sempre bom saber da percepção que brasileiros que vivem em outras cidades tem relação a São Paulo...conseguimos resgatar em nossa visão o charme da cidade que perdemos no corre corre incessante do dia a dia...trabalho em um prédio na esquina da Ipiranga com Av.São João (o lugar mais caetânico de São Paulo) e procuro sempre olhar para o alto para manter a percepção poética da minha cidade.
Quem conhece o São João do nordeste fica perdido entre a beleza e a saudade em suas palavras. Certamente foi incrível também... Lindo!
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