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domingo, dezembro 22, 2013

Um estranho no lago

Acho que nunca vi um filme de grande circuito, mesmo europeu, tratar o nu masculino de forma tão naturalizada, com ângulos nada convencionais, pouco glamourosos e não valorativos da pose, quanto o despretensioso L'inconnu du lac (Um estranho no lago), de Alain Guiraudie. A progressiva implosão do paraíso é muito bem armada sobre as dicotomias tesão e tensão, desejo e instinto de preservação. O mais interessante, porém, para mim, está na pluralidade das personagens. Num lugar onde todos parecem ir à procura de sexo anônimo, cada um consegue apresentar singularidades que o distingue dos outros. E é neste jogo entre indivíduo e comunidade que reside a beleza ética e estética do filme.

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