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sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Translunar paradise

Fica a dica: Quem gostou do filme "Amor" vai amar a peça "Translunar paradise", em cartaz no CCBB-RJ.
Parece que, como canta Arnaldo Antunes, "a coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer".
Na contra-mão do elogio à juventude eterna e dos amores líquidos, tanto o filme quanto a peça tematizam o envelhecer, o ficar junto até o fim.
Na peça, inspirado no poema "A Torre", de W.B. Yeats, o grupo inglês Theatre Ad Infinitum apresenta através do gesto e da música ao vivo o arco da promessa de um amor e suas dores e delícias compartilhadas - a perda do filho, o trauma da guerra, o primeiro toque, as danças cheias de riso.
O trabalho corporal dos atores em cena é primoroso, o uso das máscaras serve muito bem à intenção do diretor, as soluções cênicas são admiráveis - tão simples e tão ricas de sentidos - e a trilha sonora é pontual e precisa. A luz é cirurgicamente bem executada, assim como a movimentação dos atores.
Tudo resulta em um complexo jogo lúdico sobre a dor e o amor. Irresistível.

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