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segunda-feira, maio 23, 2011

Pedro Sá e Domenico Lancellotti

Pedro Sá e Domenico Lancellotti
Andy Warhol 16mm
23/05/2011
CAIXA Cultural RJ

sexta-feira, maio 20, 2011

Bartebly, o escriturário

Bartleby, o escriturário foi escrito por Herman Melville em 1853, mas ainda hoje causa estranhamento: aquele incômodo nos sentidos - que ora é traduzido pelo riso, ora pela tensão.
Pré Kafka, Dickens e Dostoievski, Bartleby representa o indivíduo não adaptável: "Prefiro não (I would prefer not to)", responde a personagem a qualquer proposta de mudança no cotidiano paciente e passivo que criou para si.
"O que conta para um grande romancista, Melville, Dostoievski, Kafka ou Musil, é que as coisas permaneçam enigmáticas e, contudo, não-abstratas", diz Deleuze: apontando a desnecessidade de substanciação das coisas. O mistério de Bartebly permanece irrevelável, mas, ao mesmo tempo, soa radicalmente próximo - íntimo - de quem lhe observa.
Com adaptação e direção de João Batista, em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim, Bartebly, o escriturário consegue apresentar os mundos no mundo (conformado e contundente) do copista Bartebly: cópia, aqui, no sentido de fecundidade (copiosamente), aludindo à própria complexidade da personagem.
Cenário (Doris Rollemberg) e figurino (Mauro Leite) são funcionais para a sugestão estética e as atuações de Duda Mamberti, Gustavo Falcão, Claudio Gabriel, Eduardo Rieche e Rafael Leal se harmonizam no contexto cênico.
Embora tenha algumas cenas sublinhadas em excesso, enfadando a subjetivação do espectador, Bartleby, o escriturário alcança o objetivo de inclassificar o indefinível: as motivações do definhamento progressivo do homem: de Bartebly.

Childhood Brasil

Show em benefício da Childhood Brasil
17/05/2011
Theatro Municipal RJ
Maria Gadú
Caetano Veloso
Djavan
Sandy, Ana Botafogo e Thiago Soares
Milton Nascimento
Seu Jorge, Sandra de Sá e Mangueira do amanhã
Seu Jorge
Maria Bethânia

sábado, maio 14, 2011

Déa Trancoso

Déa Trancoso
Serendipity
13/05/2011
Teatro de Arena da CAIXA Cultural

sexta-feira, maio 06, 2011

Rabbit hole

Rabbit hole - que no Brasil recebeu o medonho título Reencontrando a felicidade - é o mais recente filme do ultracontemporâneo diretor John Cameron Mitchell.
Dito a grosso modo: se no filme Hedwig a personagem-título vivia a solidão pelo viés do confronto consigo mesma e do embate pela afirmação de si na sociedade e no filme Shortbus as personagens experimentaram a solidão diante da profusão de opções que a vida moderna oferece, em Rabbit hole John Mitchell investe na ausência física do filho morto para tematizar a intraduzibilidade da dor.
No papel da mãe (Becca) que perde o filho e se aproxima do (acidental) assassino para tentar conviver com a dor, Nicole Kidman valoriza cada palavra do texto com uma performance de desamparo comovente e sem pieguismo.
Por sua vez, Aaron Eckhart - interpretando o pai (Howie) - compõe, junto com Nicole, o casamento de forças contrárias, porém complementares: a fúria e a apatia; o movimento e o repouso. É no equilíbrio destas potências - com cada um vivendo o luto à sua maneira, mas contaminando às ações alheias - que John Cameron Micthell coloca o seu filme, cujo roteiro trabalha com aquela tragédia que mais parece ferrugem: vai roendo aos poucos (e por dentro) cada um dos envolvidos.
Em nenhum momento as personagens parecem querer superar a dor, pelo contrário - afinal, como superar a morte de um filho? - elas tentam conviver e sobreviver na dor: ora com o perdão, ora com o rancor que a tudo invadem, levando-as a criar muletas salvadoras: a tal Rabbit hole - bolhas íntimas forjadamente protetoras: vulneráveis a qualquer vento mais forte.
Nestes nossos tempos em que é proibido sofrer, Rabbit hole (adaptação da peça de David Lindsay-Abaire) é lento e difícil como todo luto, mas necessário.