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segunda-feira, janeiro 14, 2008

2008 começou!!!

Depois das festas de fim de ano é hora de recarregar as energias nos dias de sol à pino do verão carioca. Passados os fogos - e os tiros - do Reveillon de Copacabana, o ano começou com o pé direito.
Fomos assistir ao show da cantora Rosa Passos, no Teatro Nelson Rodrigues. Nunca tinha visto ela cantar ao vivo. Gostava dos discos, porém depois do show virei fã. No repertório sofisticado teve músicas de Dorival Caymmi, Tom Jobim, Ary Barroso, João Gilberto (sua influência maior) e Djavan.
Com sua consciência melódica e vocal, Rosa Passos demonstra um dom para entortar melodias e improvisar vocalizações incríveis. Acompanhada por um trio de músicos no piano, contrabaixo e bateria, em uma afinidade e competência difíceis de se ver hoje em dia.
Rosa Passos é boa e sabe disso. Tanto é verdade que durante o show afirmou que para trabalhar com ela é preciso ser “no mínimo virtuoso”. Poucos artistas podem falar isso com tamanha propriedade. Pena que seja cada vez mais rara a vinda dela ao Brasil.

Por falar em virtuosos, o Teatro de Arena da CAIXA Cultural recebeu o show de Arrigo Barnabé, com a participação especial da Patife Band. Para quem não conhece, o som único de Arrigo é uma fusão das invenções da vanguarda erudita com os códigos diretos da cultura pop. Já a Patife Band, que abriu a noite, mistura punk rock e composição dodecafônica.
No repertório do show temas como “Sabor de Veneno”, “Diversões Eletrônicas” e “Orgasmo Total”. Só no bis o compositor apresentou a esperada e pedida “Clara Crocodilo”, uma suíte para 4 mãos, interpretada com o instrumentista Paulo Braga. Durante toda a apresentação o público teve contato com a conhecida ironia de Arrigo Barnabé, que fez Caetano Veloso exalta-lo na canção “Língua”, já em 1984. No meio da apresentação ainda surpreendeu com a interpretação, ao seu modo bem peculiar, de “Lama” (Aylce Chaves e Paulo Marques), sempre entre uns e outros goles de cerveja.

Boa (e inesperada) notícia para quem se interessa por literatura e/ou questões de gênero. Uma tese de doutorado, sobre a genealogia da identidade homoerótica brasileira, foi eleita pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) como o melhor trabalho acadêmico do ano, e virou livro recém-publicado pela Editora UFMG.
Trata-se de "@s outr@s cariocas – Interpelações, experiências e identidades homoeróticas no Rio de Janeiro, séculos XVII ao XX", do argentino Carlos Figari, que faz um amplo levantamento da história do homoerotismo no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Segundo o autor, a questão, tal como a enxergamos, é uma construção social, cujo sentido, volúvel, se desenvolve ao longo da história.
Ao analisar como se constituiu o olhar europeu sobre os nativos e como o homoerotismo tinha sentidos na América e se manifestava de muitas maneiras, o trabalho de Figari - apesar do olhar mais acadêmico - se aproxima bastante de “Devassos no paraíso”, indispensável livro de João Silvério Trevisan.
Ao final o autor conclui lucidamente que "as políticas que estamos gerando hoje são políticas de gay de classe média". Para quem está de férias, vale a pena devastar as 588 páginas do livro.

Dica de verão:

- Está em cartaz até 20 de janeiro, no Teatro Nelson Rodrigues, a RetrosPeg!. É uma retrospectiva do excelente trabalho feito pela Companhia PeQuod, de teatro de animação. Vale muito a pena conferir.
- Beber bastante líquido e abusar do filtro solar, bonés e óculos de sol. Tem cada um mais féxiu
que outro por aí, mas preocupe-se menos com moda e mais com a qualidade das lentes. Sem proteção UV não serve pra nada. A incidência dos raios nocivos aumenta a cada ano. É preciso se cuidar.
- Arder mesmo, só se for de amor por alguém. No verão, pode!

Um comentário:

Alessandra disse...

Oi Léo,

Que inveja sua... rsrsr
O show de Rosa Passos deve ter sido demais... oh se ela viesse ao Nordeste...
Bjs