Nenhuma resenha que li sobre As
neves de Kilimanjaro dá conta das nuances emocionais que o filme
apresenta e desenvolve. O argumento central é fragmentado nos argumentos
individuais que cada personagem utiliza para justificar suas ações,
crenças e omissões. A expressão "somos burgueses, mas nem tanto", dita
por Marie-Claire (acompanhante de uma velha) ao companheiro Michel
(líder sindical) é a âncora para se pensar as culpabilidades nossas de
cada dia, quando as lutas e as ascessões de classes borram as fronteiras
que já definiram quem era vítima e quem era culpado. Inspirada no poema
“Les pauvres gens”, de Victor Hugo, ao final, a cumplicidade terna e
algo utópica do casal-eixo-narrativo de As neves de Kilimanjaro é a
certeza pós-Romântica - para além do individualismo desenfreado - de que
o amor é possível e muitos valores (signos) estão em circulação.
domingo, maio 13, 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário