Pesquisar neste blog

domingo, maio 13, 2012

As neves de Kilimanjaro

Nenhuma resenha que li sobre As neves de Kilimanjaro dá conta das nuances emocionais que o filme apresenta e desenvolve. O argumento central é fragmentado nos argumentos individuais que cada personagem utiliza para justificar suas ações, crenças e omissões. A expressão "somos burgueses, mas nem tanto", dita por Marie-Claire (acompanhante de uma velha) ao companheiro Michel (líder sindical) é a âncora para se pensar as culpabilidades nossas de cada dia, quando as lutas e as ascessões de classes borram as fronteiras que já definiram quem era vítima e quem era culpado. Inspirada no poema “Les pauvres gens”, de Victor Hugo, ao final, a cumplicidade terna e algo utópica do casal-eixo-narrativo de As neves de Kilimanjaro é a certeza pós-Romântica - para além do individualismo desenfreado - de que o amor é possível e muitos valores (signos) estão em circulação.

Nenhum comentário: