Tô velho. Para quem não bebe álcool e não fuma um atraso de mais de uma hora é uma eternidade insuportável. Hábito comum em eventos do gênero aqui no Rio.
O som do Studio RJ estava péssimo. Devo ter entendido apenas uns 20% do que Criolo cantou e falou. A sorte é que eu já conheço as canções.
Ele é um homem lindo, generoso, grande: uma presença forte no palco e voz de um discurso anti-revolta estéril ímpar.
O show é cartático: começou com o choro emocionado do Criolo ao subir e ver e ouvir o público lhe saudando. Ele se emocionou várias vezes. E pregou tantas outras o "preconceito não, amor sim".
Cantou todo o Nó na orelha. Mais "Para mulato", "Domingo", de Nelson Ned, "Cerol" e "Vasilhame". Além de interpretar sua versão singular de "Cale-se".
Há uma dor em Criolo: uma dor vinda da lucidez. Por vezes ela se expressa em gestos de fúria (como se sua alma não coubesse em si), mas na maioria das vezes se expressa em canção - em arte: no desejo fundador de instaurar a democracia racial.
sábado, outubro 29, 2011
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Um comentário:
Esto que dices de este cantante: "Há uma dor em Criolo: uma dor vinda da lucidez. Por vezes ela se expressa em gestos de fúria (como se sua alma não coubesse em si), mas na maioria das vezes se expressa em canção - em arte.." es lindísimo, tienes una manera exquisita de escribir... aún dentro de un texto que además expresa incomodidades e inconformidades... Eres grande, Leonardo
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